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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ELEIÇÕES 2014 - MESMICE MARCA O PENÚLTIMO DEBATE NA RECORD

O penúltimo debate antes das eleições, nesta noite de domingo, na Record, foi marcado pela mesmice, mas sem os ataques pessoais do confronto anterior, na Band. Ou os candidatos reduziram a virulência porque pegou mal ou porque guardam trunfos para o debate na Globo, na próxima sexta-feira, enquanto saem novas pesquisa de opinião, ao longo da semana que entra.

Com um debate mais civilizado, o encontro acabou abrindo mais espaço para a apresentação de propostas, mesmo que sob o crivo crítico dos rivais.

A estatal Petrobras, em meio à denuncias de corrupção, acabou ganhando destaque no programa, mas não apenas em função dos supostos desvios em apuração.

Aécio Neves tentou encurralar Dilma, após ela ter admitido os desvios na estatal, mas não conseguiu. A estratégia mudou colocar suspeição no tesoureiro do PT, João Vaccari, envolvido no escândalo da petrolífera e que também tem cargo remunerado no conselho de Furnas. Vaccari foi citado ao menos três vezes. Sem ser emparedada, Dilma repetiu o discurso de que investiga e vai punir a todos, diferente do que teria ocorrido com outros escândalos do passado, do governo FHC. O tucano retrucou que ela não determina quem investiga ou não investiga, pelo menos em um regime democrático. “Estão todos soltos”, disse Dilma, sobre os aliados tucanos citados em casos de corrupção. Acusou ainda os tucanos de terem prevaricado.

O tucano adotou caminho diverso ao tentar jogar contra Dilma os trabalhadores que aplicaram FGTS nas ações da estatal e tiveram perdas, antes de prometer profissionalizar a gestão. Sem poder desmentir as perdas, Dilma rebateu com o pré-sal, propiciando novo ataque do mineiro. “O pré-sal não lhe pertence. É um patrimônio da sociedade brasileira”, cravou.

Da mesma forma, falando diretamente aos funcionários do banco do Brasil e Caixa, prometeu que os diretores não entrariam na cota política, para valorização dos servidores de carreira. “Não vamos mais ter Pizzolatos no Banco do Brasil”, disse. Dilma mandou ficarem com ‘três pulgas atrás da orelha’, considerando as críticas ao papel do BNDES, além do Minha Casa Minha Vida.

A região Nordeste quase não apareceu no debate. Apenas no último bloco, Aécio Neves lembrou que Dilma não entregou as obras da transposição e Transnordestina. A presidente respondeu que a transposição estava a todo vapor. Esperava-se mais dos dois, considerando que a votação na região pode decidir o pleito.

A política em Minas Gerais voltou a ser debatida, mas ganhou menos espaço do que no último confronto. No bloco final, Dilma insinuou que Aécio Neves superfaturou o centro administrativo do Estado, que começou com um custo de R$ 500 milhões e mais do que dobrou, ao final, a guisa de contestar sua pregação de gestor eficiente.

Quando falaram em programas sociais, o Bolsa Família voltou a ser lembrado, como era de se esperar. Dilma cunhou a frase ‘meu’ bolsa família, permitindo mais um ataque do adversário, para quem o Pt quer ser dono dos programas sociais e servem ao terrorismo eleitoral. “Não é seu bolsa família, é dos que mais precisam”

Na educação, o mineiro voltou a dizer que iria entregar as seis mil creches que Dilma prometeu e não fez, enquanto a petista voltou a bater no sucateamento do ensino superior, comparando FHC e os anos Lula e Dilma. O tucano prometeu melhorar e ampliar o Pronatec, ao responder a acusação de que o governo FHC proibiu a criação de escolas técnicas.

Na área de segurança, os dois adversários travaram um debate inicial com uma guerra de estatísticas. Aécio sempre enfatizando que a união precisaria investir mais e Dilma colocando que Minas Gerais no governo do tucano não fez o suficiente. Dilma repetiu que vai chamar para si a responsabilidade sobre a segurança e o tucano prometeu uma nova relação com os países vizinhos, por onde a droga entre livremente no Brasil.

Se não se teve ataques diretos, sobraram ironias de lado a lado. Aécio Neves já começou o programa agradecendo a qualidade da pergunta. Dilma chegou a citar trecho de um documento do TCE de MG que fala em uso de vacina de cavalo para justificar gastos em saúde. “Tem mãe chorando em Minas Gerais também”, devolveu Dilma, ao responder a uma ironia do rival sobre violência no Brasil.

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Do Blog de Jamildo

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