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terça-feira, 11 de outubro de 2011

SUAPE NA ROTA DO PÓ - SACOS DE GESSO QUE ESCONDIA COCAÍNA SAIU DE TRINDADE


A Polícia Federal não tem dúvida de que o Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife, seria utilizado como via de escoamento de cocaína por um cartel internacional de traficantes. A apreensão recorde de 530 quilos da droga disfarçados no meio de uma carga de gesso, ocorrida no último sábado (8), demonstra o nível de organização e poder econômico do grupo por trás da operação. Os bandidos contrataram empresas, alugaram caminhões e contêineres, falsificaram embalagens, além de contar com pessoal para coordenar o processo em Pernambuco e na Nigéria, país africano onde a carga seria recebida.


O gesso utilizado para camuflar a droga foi produzido pela empresa Extra Molda, sediada em Trindade, no Sertão de Pernambuco. De acordo com Francisco Medeiros, gerente da empresa, a carga foi encomendada por uma exportadora do Estado de Santa Catarina, chamada Brasilcom.

O material saiu da Extra Molda no dia 1º de outubro. O destino seria a Nigéria, na Costa Ocidental da África.


"Era a quarta vez que exportávamos nosso produto. Dessa vez, tivemos uma diferença em relação aos pedidos anteriores. O exportador solicitou que os sacos não fossem embarcados direto nos contêineres. Eles trouxeram sete caminhões e levaram as sacarias dizendo que antes de enviar o gesso, ele teria que ser vistoriado pelo comprador", recordou Medeiros. Os 3,5 mil sacos de gesso foram vendidos pela Extra Molda por R$ 15 mil.

Para colocar os sacos de gesso em contêineres e despachar no porto, a Brasilcom contratou a Transportadora Transpaz Logística, sediada na área de cargas de Suape.


"O material chegou à minha empresa na segunda-feira (3 de outubro). O próprio pessoal da contratante fez o transbordo para os contêineres. Tudo ficou no nosso pátio da segunda até a sexta-feira, quando levamos os cinco volumes para o porto", detalhou o dono da Transpaz, Ivaldo José da Paz.

Ele garante que nos cinco dias que permaneceu com a carga em sua empresa, não houve qualquer movimentação dos contêineres. "Ninguém mexeu lá. Eles manusearam a sacaria no dia da chegada, fecharam e deixaram para a gente entregar na sexta-feira", concluiu o empresário.


A Polícia Federal ainda não sabe onde ficou a carga entre os dias 1º e 3 de outubro, no trajeto entre Trindade e Suape. As 48 horas foram tempo suficiente para que a quadrilha misturasse a cocaína aos sacos de gesso.


Os investigadores federais começaram a ouvir ainda ontem os empresários contratados pela Brasilcom. O JC tentou entrar em contato por telefone com a empresa, mas o número fornecido pelas operadoras estava fora de serviço.

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